12 de março de 2012

Por hoje...

“Toda sociedade humana tem sua própria forma, seus próprios propósitos, seus próprios significados. Toda sociedade humana expressa tudo isso nas instituições, nas artes e no conhecimento.  A formação de uma sociedade é a descoberta de significados e direções comuns, e seu desenvolvimento se dá no debate ativo e no seu aperfeiçoamento, sob a pressão da experiência, do contato e das invenções, inscrevendo-se na própria terra. (...) Usamos a palavra cultura em dois sentidos: para designar todo um modo de vida – os significados comuns; e para designar as artes e o aprendizado – os processos especiais de descoberta e esforço criativo. (...) A cultura é de todos, em todas as sociedades e em todos os modos de pensar.” (Raymond Williams)

Com este preâmbulo dizemos um pouco de nosso propósito, do porquê confiamos na importância de nosso trabalho. Respeitamos o ciclo das manifestações, os movimentos sempre novos. Contudo, queremos realizar e desenvolver algo permanente, que marque e constitua características importantes a toda uma comunidade.
Somos um espaço, um dispositivo, uma instituição, que se criou e se enriqueceu com os traços e modos das pessoas que contribuíram e que aqui ocuparam.
E é mais ou menos como dizer: quem te conhece não te esquece jamais! Quando se toma gosto por freqüentar este lugar, torna-se uma constante, sempre cheia de boas expectativas! Aqui vibram vivências! Vivessências! Admirações! Galpão Cultural, aqui formamos e nos formamos.
É preciso resistir. Essa é a máxima com a qual nos identificamos atualmente. E tendo por sujeito “nós”, podemos nos considerar parte de inúmeros grupos, inúmeras minorias. Resistir às desapropriações, às desarticulações, ao desrespeito de nossos representantes.
De um lado desamparados pelo Poder Público Municipal, que há muito tempo nos prometeu apoio, por meio do pagamento do aluguel, mas só faz se distanciar e nos deixa a cada dia mais endividados. De outro lado, surpreendidos pelo descumprimento da Secretaria de Estado da Cultura e do Ministério da Cultura, os quais tardarão em honrar com o repasse de verba que nos é devido (por conta do convênio como Ponto de Cultura) prometendo-o para maio, quando deveríamos contar com o recurso desde janeiro, fazendo-nos retardar nossas atividades e atrapalhando nosso planejamento cultural. Infelizmente ou felizmente, o dinheiro também faz parte da produção de culturas. Não podemos e nem aceitamos ficar a mercê de jogos políticos e de ingerências governamentais. Por isso, apesar de todas as adversidades, vamos às ruas, saímos em Bloco, e por alguns momentos aceitamos que o próprio Saci nos represente, para além de seu estatuto folclórico, no sentido de que mesmo desprovidos de algum “membro”, seguimos. Fortes, presentes e enérgicos.

Nenhum comentário: