30 de março de 2011

Carta Aberta: Tribuna da Câmara dos Vereadores de Assis

Excelentíssimo Sr. Ricardo Pinheiro, Presidente da câmara municipal,
Excelentíssimos srs vereadores da câmara municipal de Assis
Prezados presentes no plenário e munícipes que nos assistem
Boa noite a todos

Venho aqui para falar a respeito do dispositivo de cultura Galpão Cultural. Criado em 2006 a partir da junção da ONG Circus (Circuito de Integração de Redes Sociais), do Instituto do Negro “Zimbauê”, da Associação de usuários e familiares de Saúde Mental (Pirassis), do Coletivo de Circo “Trupe Retalhos” e do Coletivo de Teatro “Casa do Ator”.

Tal junção se deu por que esses coletivos necessitavam de um espaço físico, seja para guardar seus materiais, realizar ensaios, oficinas culturais, apresentações e, até mesmo reuniões e eventos. Assim, foi locado o imóvel situado na Rua Dr. Teixeira de Camargo nº 205 na Vila Operária e o início de um grande trabalho, ou seja, manter um espaço de cultura no município de Assis.

Nos 3 primeiros anos, a manutenção desse espaço se deu através de doações e da realização de eventos para pagar as contas do espaço. Além disso, visualizávamos a possibilidade de inscrição em editais de fomento à cultura. Contudo, por estarmos sempre ocupados realizando atividades para o pagamento do nosso principal encargo – ou seja, o aluguel do imóvel – pouco tempo dispusemos para os referidos editais.

Com o passar desses 3 anos fomos percebendo um desgaste desses coletivos, pois todo o recurso que obtínhamos ia para o pagamento das contas do espaço. Isso quando não colocávamos recursos próprios em nome do “espetáculo”.

Assim, por entendermos que tal dispositivo de cultura não se manteria nessas condições, resolvemos solicitar apoio da prefeitura Municipal desse município para com esse nosso principal gasto, o aluguel do imóvel. Após a negociação com a prefeitura de como isso se realizaria, foi firmado o convênio nº 17/2009 entre a ONG CIRCUS e o município de Assis, o que foi celebrado pelo Galpão Cultural, pois além de termos resolvido nosso principal “problema”, agora tínhamos tempo para concorrer a editais de cultura, o que se verifica com os prêmios: Pontos de Leitura do Ministério da Cultura; Loucos Pela Diversidade do Ministério da Cultura; Arthur Bispo do Rosário do Conselho Regional de Psicologia; e, por último, o Ponto de Cultura, uma parceria do Ministério da Cultura e da Secretaria de Cultura do Estado. Tais prêmios melhoram a condição de trabalho realizada no Galpão Cultural, pois adquirimos equipamentos e implementamos remuneração aos oficineiros, o que anteriormente não era feito.

Em maio do ano passado implementamos um processo de renovação do convênio com a prefeitura municipal e, em uma reunião realizada em outubro, ou seja, com 4 meses de atraso no aluguel, onde estiveram presentes as três partes envolvidas – a proprietária do imóvel, o prefeito municipal e o Galpão Cultural, o prefeito assumiu que daria uma solução no problema do aluguel, o que posteriormente não foi feito, argumentando publicamente que o tribunal de contas havia feito apontamentos na prestação de contas. Apontamentos esses que já existiam no momento em que nos reunimos com a prefeitura e já trabalhávamos para resolvê-los. Além disso, tais apontamentos feitos se deram em relação ao atraso na prestação de contas, o que somente nos foi comunicado em meados de setembro, o que foi preparado por nós e entregue para que a prefeitura efetue a prestação de contas, pois tais notificações se deram à prefeitura.

Diante disso, vimos novamente a essa casa, solicitar dos nobres vereadores presteza para renovação do convênio, para que assim, o Galpão Cultural possa continuar realizando suas atividades culturais.
 
(Juntamente com essa carta foi feito comentários detalhando o texto da carta e apresentado um vídeo com as várias atividades desenvolvidas pelo Galpão Cultura)

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