9 de novembro de 2011

Aulas de crioulo!

A partir de hoje, em todas as quartas-feiras do mês de novembro, haverá aulas abertas de crioulo a partir das 14h com Vensam Iala!

PEQUENO HISTÓRICO

A Guiné-Bissau é um pequeno país de 36 125 km², situado na costa ocidental africana entre o Senegal (a norte) e a República da Guiné (a este e a sul) e banhado a oeste pelo oceano Atlântico.
Autêntico mosaico étnico-cultural, onde coabitam mais de duas dezenas de etnias para uma população total estimada em 1 416 027 habitantes (2005), a Guiné-Bissau foi a primeira das colónias africanas de Portugal a aceder à independência, após cinco séculos de presença portuguesa e 11 anos de luta armada de libertação, conduzida pelo PAIGC[2]. A 24 de Setembro de 1973 o movimento de libertação proclamou unilateralmente o Estado da República da Guiné-Bissau, que veio a ser reconhecido por Portugal somente quase um ano mais tarde, a 10 de Setembro, depois do derrube do regime ditatorial de Lisboa pela Revolução dos Cravos naPrimavera de 1974.
Tal como aconteceu com as demais ex-colónias portuguesas, a Guiné-Bissau tem como língua oficial o português, que é também a língua de ensino, de cultura e de comunicação em fóruns internacionais onde ele é utilizado. Língua materna de uma insignificante percentagem da população, o português não é a língua de comunicação nacional, na medida em que apenas cerca de 13% dos guineenses a falam, incluindo os que a têm como língua segunda, terceira ou até mesmo quarta para a maior parte dos guineenses.
A língua franca é o crioulo guineense. É através dele que os diferentes grupos étnicos que compõem a população guineense se comunicam, o que lhe conferiu o estatuto de língua da unidade nacional, ou simplesmente de língua nacional.
É a língua guineense que mais locutores tem. Segundo os dados do recenseamento de 1979, 15% da população tinha o crioulo como primeira língua e 44,3% como língua segunda. Apesar de não ser língua oficial, o kriol é a língua do quotidiano e da rua, sendo correntemente utilizado nas instituições públicas, em muitos discursos oficiais e até nos debates da própria Assembleia Nacional. Não sendo também língua de ensino, ele não deixa de ser o recurso de muitos professores, que por deficiência do próprio conhecimento do português ou pelo não domínio desta língua por parte dos alunos, utilizam-no para melhor se fazerem compreender pelos seus discentes.
 
No entanto, nem o português e nem o kriol são línguas maternas da maioria dos guineenses. Com efeito, as línguas africanas[3] (pertencendo à família das línguas
 nígero-congolesas) são a primeira língua das diferentes comunidades, através das quais se transmitem os conhecimentos ancestrais, as tradições e a identidade
 comunitária. As línguas com um maior número de locutores são o balanta, o fula, o mandinga e o pepel, na medida em que estes povos são os mais importantes do ponto de vista numérico. As línguas africanas guineenses não estão codificadas, permanecendo orais.

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