1 de dezembro de 2010

CARONA CULTURAL


Na História do Brasil o 13 de maio de 1888 foi consagrado como data oficial que celebrou o fim da escravidão no país, a partir da aprovação da Lei Áurea pela Princesa Isabel. Porém, neste período muitos negros já eram alforriados e o sistema escravocrata era considerado arcaico diante dos interesses das metrópoles. O 13 de maio não representa de fato uma data de libertação para os negros já que a luta de resistência ainda persiste diante do preconceito e da opressão. Por isso, foi criado um projeto lei de nº 10.639 em 9 de janeiro de 2003 para a consagração da Consciência Negra, tendo como data o 20 de novembro. Tal data refere-se à morte de Zumbi, líder do Quilombo de Palmares e personagem histórico que simboliza a luta do negro contra a escravidão e seu protagonismo na História do país. Chamamos tal data de Consciência Negra diante da necessidade de conscientização e reflexão acerca da importância da cultura de matriz africana na formação nacional. Os negros africanos não foram vítimas do sistema escravocrata, mas agentes políticos que resistiram o tempo todo e lutaram pela sobrevivência de sua cultura e de seus costumes. Refletir sobre este período e pensar em consciência da negritude significa pensar na afrodescendência de todos nós brasileiros. Devemos ultrapassar as diferenças de cor de pele e sentir a presença dos negros na formação da nossa cultura, língua e pensamento. As matrizes negras não devem ilustrar a falácia de um mito que prega a junção harmônica das três “raças” (negros, brancos e índios), mas afirmar a existência de grupos étnicos oriundos de diversas regiões da África que, mesmo sob as pressões da escravidão, resistiram e deixaram marcas vivas na memória e na cultura do nosso país.



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